sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Futuro



Às vezes eu me pego pensando no futuro.




Eu sei que esse lance de ficar tentando imaginar o que vai ser de mim daqui há um, dois, dez, vinte anos é meio que uma perda de tempo, mas duvido que todo mundo não fique imaginando como vai estar, o que vai estar fazendo ou onde vai estar daqui há algum tempo.
A única coisa que me deixa realmente inquieta e que me faz inclusive sofrer por antecedência é quando penso que meus pais não vão estar comigo pra sempre.
Cara, como isso é complicado pra mim. Sinto tanta falta deles agora, mesmo eles morando ali no estado vizinho (SC não é tão longe assim né)



(nós lá na casa de Garopaba, saudades...)



Nesse momento por exemplo, eu acabo de começar a chorar assim, do nada...tenho mania de chorar de saudade de quem eu amo.


Na verdade eu choro de vez em quando de saudades da minha vó Lili que já passou pro andar de cima há bastante tempo. Esses dias eu olhei pro meu Bambanzinho (meu dog) e comecei a chorar ao pensar que daqui uns anos ele vai ficar velho e vai morrer.
Talvez Freud explique...ou talvez nem ele.



Olhando as fotos dos meus pais aqui no meu computador eu sinto que não disse a eles tudo que eu sempre quis dizer.
Eu sei que sempre fui muito independente, que sempre deixei claro isso pra eles principalmente, mas quero contar ao mundo que quando eu me mudei pro meu apartamento, na semana seguinte eu chorei que nem criança pequena, de saudades deles, de medo de deixá-los lá sozinhos naquela casa grande, medo de que eles se sentissem abandonados, sei lá, medo de perdê-los pra sempre.
Eu sei que eu sou sentimental, sou manteiga derretida, que não precisa muito pra eu abrir o berreiro, sempre fui assim, desde pequena. Meu apelido já foi "mateiga derretida", lembro direitinho da minha mãe dizendo "...para de miar Midian!" ou "...ó, lá vem a mateiga derretida..."
Eu já falava chorando, era normal.
Continuo sendo a mesma, só cresci um pouco, pra cima, pros lados e por dentro.
Essa fortaleza toda na verdade não passa de uma manhosa, chorona, berrenta.

MIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMI

Nisso eu não pretendo mudar, gosto de expressar, se eu choro eu CHOOOORO, se eu rio eu RIIIOO, ninguém me segura, nem tente me segurar, que daí eu grito, e como GRIIIIITTOOO.

É tudo 8 ou 80, uma dose de radicalismo, outra pequena de jogo de cintura (aprendido na marra), falando em marra: muita marra, às vezes.



Sou marrenta, eu sei, não nego.




Mas sou gente boa, sou do bem, brigo mas com carinho e só por justiça.

Já me dei mal muitas vezes, na boa fé, mas não desisto dela.
Tenho muitas lágrimas ainda pra chorar. De rir, de tristeza, de dor, de êxtase.
Eu choro até trepando, se for um orgasmo muito especial, eu choro mesmo.

Sabem com quem eu me identifico muito?Com o seu Madruga, aquele que trabalha na Globo, o cabo-man. Às vezes eu choro só de ver ele chorar. E até entendo por quê ele chora. Não sei explicar, mas entendo.

Mas ultimamente tenho chorado mesmo é de saudades dos meus velhos, que tão lá em Garopaba, curtindo a vida à dois, longe dos problemas dos 3 (filhos) e dos outros 3 (netos), mais os outros 3 (genros e nora) = 9 no total.

Às vezes eu também sinto saudade da minha infância e começo a lembrar de quando meu universo era o quarto que eu dividia coma minha irmã, cheio de fotos dos Menudos e do RPM coladas nas paredes, bem pequenininho, duas camas, um guarda roupas abarrotado e uma cômoda despencando de tão cheia de roupas que a gente ia juntando.
Saudade das brincadeiras com meu irmão, no quarto dele, com a nossa cachorrinha Lessie. A gente pegava uma bolinha de tênis e fazia ela de bobinha, ríamos muito, até eu me atacar da bronquite de tanto rir.

Não tinha computador, não tinha vídeo game, nem muitos brinquedos, mas a gente dava um jeito de se divertir, ora correndo na rua, com as brincadeiras super legais que a gente inventava, ora jogando futebol de botão na área de casa, sempre era bom. Domingo, churras na garagem ou na casa de algum parente, e de noite, todo mundo na sala reunido pra assitir Os Trapalhões, familião, que massa.

Que saudade. Puts que saudade.



Virou nostalgia. Virou saudade. Virou lágrimas.


Pai, mãe, tenho que visitar vocês, urgente.


To indo. Desse mês não passa.

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