Midian Almeida
Acadêmica de Jornalismo/Unisinos
O lenhador ia pelas florestas assoviando feliz, e a cada tronco que encontrava, lá ia ele com seu serrote e seu machado, derrubá-lo. A indústria inventou a serra elétrica, mas o lenhador não quis aprender a usar. Continuou com seu serrote e seu machado. O lenhador continua lá. Mas não há mais lenha na floresta.
Toda a mudança ou toda a evolução tem seu ônus. A produção da informação mudou. Os velhos conceitos caíram por terra, vivemos uma era de instantaneidade, de interatividade e fomos impactados por inúmeros meios digitais de produção e distribuição de informação.
Na Idade da Pedra Lascada, era a pedra lascada, na Idade da Pedra Polida era a pedra polida, na Idade dos Metais, esses foram os instrumentos, e hoje podemos dizer que vivemos a idade da tecnologia, então, é preciso saber usá-la a serviço da humanidade.
O assunto dessa pesquisa, realizada pelo pesquisador em comunicação Walter Teixeira Lima Júnior, é justamente um dar-se conta, de que hoje, o ser jornalista perpassa o ideal romântico da máquina de escrever, mas não o abandona, apenas o evolui e necessita de uma síntese maior de conhecimentos e habilidades, que, se antes não era necessária, daqui por diante é primordial.
O jornalista precisa, além do texto, absorver conhecimentos técnicos em outras áreas: fotografia, vídeo transmissão, edição, e com certeza, as plataformas tecnológicas. Isso se quiser sobreviver no mercado, estar atualizado, vivendo dentro da era tecnológica.
O cenário mudou, a vida mudou, então eu, como profissional, preciso mudar também. Preciso buscar mais conhecimento e desenvolver outras habilidades para que eu tenha condições de realizar meu trabalho, dentro desse novo cenário midiático.
As mídias sociais conectadas permitem que amadores sejam produtores de conteúdo jornalístico e não apenas meros receptores da informação. As notícias se tornaram um bem social. Houve a quebra da hierarquia da mídia tradicional, que outrora era de cima pra baixo. Agora, a palavra é transversalidade.
Essa é uma mudança histórica, antes, noticiar era função de uma instituição que criava, decidia, publicava, elaborava e distribuía notícia. Hoje, quem decide o que é notícia são todos. Se um determinado público achar que um fato é notícia, e mais pessoas concordarem, então ela será compartilhada, interpretada, comentada e, fatalmente, vira notícia.
Todos os anos, muitos novos mecanismos e ferramentas são criadas ou aprimoradas e é preciso que se conheça o funcionamento dessas, para podermos continuar inseridos no mercado, de forma eficiente. Isso é fundamental para que realmente haja efetividade na democratização do meio digital. O ambiente digital conectado deve estar preparado tecnologicamente para receber as contribuições dos usuários, pra que esse usuário possa participar de forma efetiva no processo de produção do conteúdo informativo de relevância social.
Em resumo, temos que aprender, como profissionais, a lidar com os meios digitais para que a democratização deles seja efetiva.