Hoje
é um dos dias mais tristes dos últimos tempos, pra mim. E antes que
tripudiem, não tem a ver com resultado de eleição, quem ganhou, quem
perdeu, quem vai ganhar, quem vai perder...não tenho nada a ver com
isso, sou uma pessoa comum, minhas escolhas, ainda que nao vitoriosas,
continuarão sendo as minhas escolhas, e nada mudaria isso em mim. O que
eu penso, ou deixo de pensar, ora, nem importa tanto assim.
Minha tristeza passa muito mais pela constatação de que a gente, às
vezes, perde a noção do quão difícil é viver em comunidade, conviver com
as diferenças, e principalmente, num mundo virtual, como dói ser mal
interpretado, mal visto e muitas vezes mal julgado, por seus amigos, por
pessoas próximas, ou outras não tão próximas. Ter que excluir pessoas
da sua lista, pessoas que até então eram divertidas, simpáticas, mas que
de repente ficaram sarcásticas e preconceituosas, dói, pra mim.
Perde-se muito tempo tentando se proteger e a vida vai ser tornando um
eterno defender-se, do mundo, das injustiças, do desamor.
Eu
não consigo mais viver assim, não quero mais isso. E o que fazer? Deixo
de ser eu mesma e agrado a todos, instantaneamente, pelo artifício do
fechar os olhos e ouvidos e fazer de conta? Abro o sorriso e finjo que o
mundo é como eu sonhava?
Sei que pareço uma garotinha triste
agora, entendo perfeitamente quem estiver lendo e pensando isso agora.
Não sou expert em viver, nem em sonhar, nem tão pouco tenho a fórmula
correta de como interagir. Procuro ser eu mesma. Sinto muito, essa
sempre foi minha vocação.
Quanto mais eu procuro mostrar
sempre minha verdade, mais percebo que não querem enxergá-la. Nem sei
mais o que pensar. To por fora da minha própria razão. O coração, nem se
fala, murchou. Murchou bastante hoje. Ficou pequenino diante dessa
tristeza. Tem coisas que me ferem muito mais do que possam imaginar:
injustiça é uma delas, ou a pior.
Hoje vou dobrar meus joelhos e orar pela compaixão, pela fé nas pessoas. A minha, a nossa, a do mundo.