segunda-feira, 12 de abril de 2010

Arlequim

Todos os dias eu busco em algum lugar da minha essência um motivo novo pra sorrir.
Confesso que algumas vezes tem sido difícil, em alguns momentos quase impossível...
mas afinal de contas, o palhaço existe pra fazer os outros sorrirem, pena que eu não esteja segurando a onda de ficar driblando as ansiedades, de escondê-las.

Gostaria de ser mais arlequim, mas tenho sido um tanto pierrot ultimamente...

Não dá pra ficar fazendo graça com tudo e eu sei que às vezes sou um pouco ou quase piegas.
Citando Oswaldo Montenegro
"...Talvez por isso eu sopre a flauta numa época de computadores,
a modernidade me assusta e eu de casulo em casulo, procuro defender meu coração de manteiga
dos calores fatais..."

Mesmo que riam de mim, eu insisto que as minhas histórias ou as histórias da vida de qualquer mulher como eu, sensível demais, com valores tão diferentes daqueles que o mundo moderno nos impõe com anseios que nem mesmo eu poderia explicar, de dentro do meu coração, são as verdades mais verdadeiras, nada superficiais, são detalhes, e tão profundos, que vêm lá do fundo desse universo insano e ao mesmo
tempo tão consciente, que é a minha alma.

sim, eu me sinto sozinha

não vou negar, nem posso, tá estampado na minha latinha

tá intrínseco na minha voz e em tudo que eu faço

às vezes o que espero é apenas um telefonema que nunca chega, um pequeno gesto, um carinho via email, carinho sms...


"...não me deixe só, eu tenho medo do escuro, tenho medo do inseguro, dos fantasmas da minha voz..."(lembra, Vanessa da Mata)

tá mas eu não sou perigosa, não sou macumbeira, não vou sair na capoeira não...
eu sou de paz, eu sou do bem mas...

não me deixe só

as minhas bandeiras eu sempre carreguei sozinha. Fico pensando se não fui eu mesma que me distanciei do mundo, com tantas bandeiras, com tantos anseios
com tanto trabalho, com essa força que assusta muita gente.
Ninguém está acostumado a me ver assim, na verdade foram poucos os que me viram assim, triste.

Tá eu to triste mesmo, não tô nem aí pra o que o mundo vai pensar. Eu também posso ficar triste. Aliás, quem é que se preocupa com isso?

O meu problema é a intensidade, já me acusaram disso. Mea culpa.

Relax!

Relax é a palavra que mais ouvi em toda a minha vida. Seria preciso uns mil Valiuns pra me fazer chegar nesse estado.
Não, eu sou uma pilha, sou ligada em 220 V talvez, meu valiun é o colo, é o carinho, é o beijo. É isso.
Eu tenho fome, tenho sede, tenho frio, tudo isso eu suporto, mas a solidão é o que eu não aprendi a suportar, e se querem saber, eu nem quero.
Uma vez, quando me sentia sozinha, ganhei um cachorro, o Bambam. Eu conversava com ele, eu me enroscava nele, o deixava lamber meu rosto, ele até lambia minhas
lágrimas quando eu chorava.
Foi uma forma legal de suportar a solidão que eu passava, mesmo estando acompanhada, naqueles anos.

Eu tenho uma vontade maluca de chutar o balde de tudo...To escrevendo isso e to rindo...porque eu sei que eu não vou fazer, não vou chutar balde nenhum, vou continuar engolindo sapos, chorando ao telefone, sendo a mesma menina boazinha e apaixonada por tudo que parece ter vida, que acredita nas pessoas, acredita no amor,
num mundo melhor, eu vou continuar sonhando com o cara montado no cavalo branco vindo em minha direção e bradando palavras de amor aos quatro ventos, pra mim.
Uhuuu, dá pra entender alguém como eu? Duvido, hahaha, desafio.

Bom, então diante desse monte de maluquices que vem de dentro dessa pessoa aqui, só resta saber onde é que vai parar isso tudo?
Será que eu terei serenidade suficiente pra passar esse período de solidão sem um cachorro?
Hahaha, eu to muito engraçada hoje... é o palhaço arlequim...ele se manifesta em horas meio impróprias às vezes.
Ok, ok, inda bem que eu tenho alguns amigos com quem sei que posso contar. São eles que tem segurado a minha onda, mas eu me sinto uma verdadeira mala sem alça
com as minhas balelas, que saco tudo isso...
Tá vou parar de escrever, já to ficando chata, eu sei.
Fui.
Game Over!